Simbiose criativa: a troca de referências entre o cinema e os jogos eletrônicos
Na era digital, o cinema e os videogames lideram o ranking de entretenimento online. Os diretores e produtores estão sempre atentos em busca de novas e boas histórias para levar às telonas. Já a indústria dos jogos eletrônicos desponta como a mais pujante e o ritmo de produção de novos títulos é intenso.
No setor do entretenimento, a troca de referências é algo comum. Existe um sem-fim de livros que se tornaram filmes; séries que terminaram como jogos de videogame; e longas que viraram temas de música. Ao beber de diversas fontes, os produtores criativos conseguem ampliar o repertório e criar novos produtos culturais.
Atualmente, algumas séries de renome são baseadas em títulos que fizeram sucesso primeiro nos consoles e computadores. O exemplo mais recente é The Last of Us, um jogo cultuado pelos amantes dos videogames e que, agora, é mais um dos carros-chefes da HBO, que já tem na sua lista de êxitos a célebre série Game Of Thrones, baseada em um livro.
Essa troca de influências permite que os filmes e séries explorem histórias mais profundas e envolventes, proporcionando aos telespectadores experiências imersivas que vão além do experimentado nos consoles. Para os jogadores e fãs das franquias que chegam ao universo audiovisual, a experiência é ainda mais rica, pois o mundo que eles já conhecem é expandido.
Dois universos em festa
A lista de referências é enorme e não faz distinção de gêneros. Um exemplo disso é a série The Walking Dead, que explora um mundo pós-apocalíptico tomado por zumbis famintos e seres humanos tão perigosos quanto os monstros. Antes de seguir, é fundamental dizer que a produção é inspirada em uma história em quadrinhos, isso para provar o nível de troca de referências nessa indústria.
Na televisão, o sucesso foi tremendo, 11 temporadas, milhões de espectadores, 4 séries spin-off para ampliar o universo de TWD e, além disso, existe uma trilogia de filmes aprovada para contar o que acontece após o final do seriado.
Nos videogames, a franquia repetiu a dose e conseguiu triunfar. O jogo The Walking Dead: The Telltale Definitive Series trouxe para os gamers uma nova perspectiva do mundo pós-apocalíptico, com um título que ousa na jogabilidade e cada decisão interfere no decorrer da trama. O reconhecimento veio em 2012, quando o game foi indicado e venceu o prêmio de melhor jogo do ano.
Nova categoria, velhas referências
Recentemente, o setor dos videogames passou por mais uma revolução. Com o crescimento dos jogos de cassino, um novo gênero surgiu, o iGaming. Nessa categoria estão todos os títulos originais dos salões de jogos, como blackjack, roleta e caça-níqueis, que são conhecidos na web como “slots”.
Foi justamente essa modalidade que conseguiu ganhar destaque apoiando-se em referências de outros segmentos do entretenimento. Deixando de lado os símbolos clássicos, nasceram uma série de novos jogos para as slots com temas inspirados no cinema e nas séries.
Ao encontrar referências em outros segmentos, as slots trouxeram aos jogadores diversas oportunidades para expandir universos diferentes. Para os fãs dos filmes de aventuras, foi desenvolvido o caça-níquel online Jumanji, completamente desenhado para exaltar o filme, com os personagens principais, os animais selvagens e o cenário fantástico.
Já os amantes das séries encontram na slots Game of Thrones Power Stacks uma continuação da franquia de sucesso da HBO, só que dessa vez em formato de slot. O jogo é repleto de referências da série, como os dragões, os caminhantes brancos, as espadas e as principais locações, tudo à medida para manter o ambiente medieval.
Nem tudo que brilha é ouro
Até agora, vimos todos os casos de sucessos dessa simbiose cultural entre o cinema e os jogos eletrônicos. No entanto, nem todos os experimentos alcançaram o sucesso, na verdade, existem dois grandes jogos que não conseguiram cruzar a fronteira do cinema.
Apesar da fama estrondosa das franquias de Super Mario Bros. e Street Fighter, os dois filmes que nasceram da vontade de levar as histórias às telonas não conseguiram manter a essência dos games e ficaram marcados como grandes fracassos. Em Super Mario Bros. (1993), a estética da obra não remetia a nada do jogo e os ambientes escuros afastaram os espectadores; já no Street Fighter a trama era insustentável e as atuações abaixo do esperado.
A troca de referências entre duas das mais pujantes indústrias do entretenimento é uma vantagem para os consumidores, que são agraciados com produtos culturais de qualidade. Seja um jogo, um filme ou série, a simbiose entre cinema e games provou-se um sucesso e deve continuar assim por muitos anos. Vamos esperar para ver o que mais vem por aí!