
Nyad: Conheça a história real por trás do filme da Netflix
A história real de Nyad, filme de sucesso na Netflix
- Publicidade -
Nyad, novo filme disponível na Netflix, traz à tona a jornada de Diana Nyad, uma nadadora de maratona que desafiou os limites do esporte e conquistou feitos extraordinários. Aos 60 anos de idade, ela se propôs a realizar um feito que lhe escapou quando tinha 28 anos: nadar mais de 160 quilômetros a partir de Cuba até a Flórida, nos EUA!
- Publicidade -
Tal empreitada foi feita sem a proteção de uma gaiola anti-tubarões, e impulsionada unicamente por sua determinação e habilidades excepcionais de natação.
A travessia de Cuba para a Flórida, feita por Nyad sempre foi envolta em desafios, atraindo nadadores de maratona do mundo todo. Diferentemente do Canal da Mancha, onde a temperatura média da água gira em torno de 17°C, as águas na região da Flórida são notavelmente mais quentes, em torno de 27°C.
No entanto, essa temperatura mais elevada acarreta riscos, uma vez que essas águas abrigam diversas espécies de vida marinha perigosas, com destaque para os tubarões e as águas-vivas-caixa, cujas picadas podem transmitir toxinas suficientes para paralisar e até matar um ser humano.
A história que inspirou o filme Nyad
O filme começa no sexagésimo aniversário de Diana Nyad. Após décadas afastada do mundo da natação, período durante o qual trabalhou como comentarista esportiva para o programa Wide World of Sports da ABC, ela se vê diante de sua própria mortalidade e decide demonstrar que é capaz de completar a travessia sem a proteção da gaiola.
- Publicidade -
Em suas próprias palavras, “Não é que eu estivesse obcecada com a ideia de realizar essa travessia durante todos esses anos. Mas de alguma forma, ela permaneceu em meu subconsciente, e sempre tive Cuba em mente.”
A direção do filme ficou a cargo da premiada dupla Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, conhecida por seus documentários envolvendo atletas extraordinários… Incluindo o escalador livre Alex Honnold em “Free Solo”. O elenco traz Annette Bening no papel de Diana Nyad e Jodie Foster no papel de sua treinadora e amiga Bonnie Stoll.
Essas performances intensas já estão gerando discussões sobre possíveis indicações ao Oscar. Vasarhelyi observa a importância da relação entre as duas personagens centrais, afirmando que “Diana é uma personagem complexa, talentosa e determinada. Bonnie Stoll, sua amiga e treinadora, também não pode ser subestimada. A ideia de explorar o vínculo entre essas duas mulheres incríveis, que se recusaram a acreditar que era tarde demais em suas vidas para realizar algo extraordinário, pareceu-nos especial e crucial.”

De Cuba à Flórida nadando aos 60 anos
O cerne da trama de Nyad gira em torno desse relacionamento complexo, explorando os altos e baixos e a inabalável lealdade entre duas mulheres determinadas. O filme retrata o esforço de Nyad para convencer Stoll a atuar como sua treinadora, apesar dos obstáculos no caminho, e sua relutância inicial em apoiar a última tentativa da nadadora.
Alerta de spoiler: foram necessárias quatro tentativas adicionais, ao longo de quatro anos, para que Diana Nyad alcançasse seu objetivo.
Em 2 de setembro de 2013, após mais de 53 horas na água, com o rosto e a boca inchados, Nyad finalmente chegou à costa de Key West. Ela afirmou ser a primeira pessoa a completar a travessia sem assistência.
A travessia de Nyad foi apenas o começo
- Publicidade -
No entanto, o filme não encerra a história, pois o debate em torno da travessia de Cuba para a Flórida de Nyad entra em cena. A comunidade de nadadores de maratona permanece dividida quanto à classificação da travessia como “sem assistência” ou “com assistência”.
Esse debate reflete os desafios de um esporte composto majoritariamente por atletas aventureiros. E que priorizam a superação de desafios pessoais em vez de seguir rigorosas regras institucionais.
Diana Nyad buscava o reconhecimento de sua travessia como “sem assistência”, mas uma conversa com líderes proeminentes no mundo da natação de maratona, pouco após sua chegada à costa em 2013, colocou ela e sua equipe na defensiva.
Entretanto, essas questões têm continuado a pairar sobre a realização de Diana. A natação de maratona é um esporte que atrai pessoas extraordinárias, com um espírito aventureiro que se sentem mais em casa nos ambientes selvagens da natureza do que nas comunidades humanas.
Ademais, esses atletas optam voluntariamente por se desafiar, deixando para trás as comodidades de suas vidas em terra firme e imergindo em alguns dos ambientes mais severos do planeta.
Diana Nyad destaca essa característica ao afirmar que “os nadadores de maratona são um grupo especial, é um esporte extenuante e eles sofrem”.

Um sonho de infância
O sonho de Diana começou quando ela tinha apenas 9 anos, vivendo em Fort Lauderdale durante a Revolução Cubana e o grande influxo de cubanos que fugiam para os Estados Unidos.
Naquela época, ela questionou a mãe sobre por que não conseguia enxergar Cuba das praias da Flórida. A mãe lhe respondeu que Cuba estava logo ali, a uma distância que uma jovem nadadora competitiva como Nyad talvez pudesse alcançar um dia.
“Em algum lugar dentro de mim, essa travessia era a mais significativa, a mais pessoal”, disse ela em entrevista.
Para manter essa convicção e ressuscitá-la após décadas, é preciso ser uma pessoa com determinação extraordinária, autoconfiança inabalável e, talvez, uma pitada de autossuficiência. O filme demonstra que Diana incorpora todas essas características e muito mais, sem se encaixar no estereótipo de heroína clássica que evoca sentimentos calorosos.
Com efeito, Nyad é carismática e tem o dom de cativar as pessoas com suas histórias, tornando-se talvez a atleta mais reconhecida em um esporte pouco conhecido pelo grande público e com poucos representantes midiáticos.
Como o filme sobre Diana Nyad se desenrola?
Chin e Vasarhelyi, os diretores do filme, optaram por se concentrar na jornada que levou Diana Nyad a alcançar seu objetivo épico, deixando de lado as controvérsias sobre a classificação de sua travessia.
A decisão foi tomada considerando que a nadadora não participou da produção do filme. Elizabeth Chai Vasarhelyi enfatiza que o filme nunca se tratou de estabelecer recordes… Mas sim de contar a história de uma mulher que, aos 60 anos, acordou para o fato de que sua jornada ainda não havia terminado.

Em suas palavras, “Diana é uma pessoa determinada, e não hesitamos em retratá-la na tela com todas as suas imperfeições”. Por sua parte, Nyad afirma que a controvérsia em torno de sua travessia não tira nada de sua realização.
“Eu sou humana, não gosto de ser falada negativamente. Mas em termos de como isso me faz sentir – tenho muito orgulho de quem sou como ser humano. Fizemos essa travessia e ninguém pode tirar isso de nós”, concluiu ela, comentando sobre o filme.