
Lost revela final alternativo que os fãs também odiariam
O final alternativo de Lost que os fãs também odiariam
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Lost é considerada uma das maiores séries de televisão da história. Mas também um dos shows mais controversos e divisivos, especialmente com relação aos seus episódios finais. A primeira temporada, lançada em 2004 pela emissora ABC, foi assistida por 16 milhões de americanos. Um marco na época, além de ter sido recebida com aclamação da crítica.
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As temporadas seguintes de Lost mantiveram o alto nível da narrativa, com tropeços em alguns episódios, mas um roteiro, equipe de produção e elenco alinhados para entreter o público. No entanto, a temporada final (ano seis), que todos esperavam ser aquela que traria as respostas para mistérios tão duradouros, parecia trazer ainda mais perguntas.
Além disso, a narrativa se concentrou demais nos personagens, ao invés de organizar e explicar sua própria mitologia.
Os últimos episódios de Lost
A sexta temporada contou com 18 episódios. Os últimos lidaram com a revelação do verdadeiro significado dos “flash-sideways” e também com o confronto final… Entre o bem, representado por Jack (Matthew Fox), e o mal, encarnado pelo Homem de Preto, que usava a aparência de Locke (Terry O’Quinn).
Anos depois do fim da série, em entrevista para a revista Entertainment Weekly, Damon Lindelof e Carlton Cuse, criadores de Lost fizeram uma interessante revelação.
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Eles contaram que, ao planejar a temporada final, tentaram trazer de volta (quase literalmente) um elemento que foi introduzido já na primeira temporada. Um vulcão – como cenário para essa última batalha.
O final alternativo
A ideia de incluir um vulcão na trama de Lost não surgiu do nada. Ela teve origem em uma viagem em família de Cuse ao Havaí, onde ele teve a oportunidade de explorar vulcões ativos.
Essa experiência deixou uma marca em sua mente e, ao longo da série, a ideia foi gradualmente se desenvolvendo. Desde a primeira temporada, quando o mapa de Danielle Rousseau (interpretada por Mira Furlan) incluiu discretamente uma cratera em uma das extremidades da ilha, eles semearam as sementes dessa ideia.
Os fãs mais dedicados começaram a fazer conexões na terceira temporada, quando a série começou a explorar o passado da Iniciativa Dharma. Um flashback das épocas escolares de Ben (interpretado por Michael Emerson) mostrou como o ensino das peculiaridades da ilha incluía um experimento típico com um vulcão de bicarbonato de sódio.
Com o tempo, Cuse e Lindelof começaram a considerar seriamente essa trama alternativa em Lost, e isso se concretizou durante a temporada final. Como a série já havia explorado quase todos os cantos de Oahu durante as filmagens, a inclusão de um vulcão extinto da região parecia uma escolha natural.
Imaginar o clímax de uma franquia tão amada acontecendo no topo de um vulcão, com magma jorrando por todos os lados, evocava a grandiosidade de clássicos como “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” ou “Star Wars: A Vingança dos Sith”.
Como seria a sequência final de Lost?
No desfecho da série, a mitologia de Lost se expandiu ainda mais ao oferecer mais informações sobre o passado do Homem de Preto (Titus Welliver). Também forneceu informações sobre seu relacionamento com Jacob (interpretado por Mark Pellegrino).
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Tudo se resumiu a uma batalha intemporal entre o bem e o mal, na qual a ilha desempenhou o papel de uma “rolha” para impedir que o Homem de Preto desencadeasse sua fúria na Terra.
Na época, essa abordagem fazia todo sentido. Afinal, a ilha também era um personagem em Lost, um ser vivo no universo da Iniciativa Dharma. As viagens no tempo provocadas por Ben ao girar a roda de madeira no final da quarta temporada teriam esticado esse ser vivo ao limite.
No entanto, a televisão tradicional, especialmente na década de 2000, tinha diversas restrições. Isso pode não ser evidente em Lost, especialmente porque a série teve um dos pilotos mais caros e impactantes da história.
Corte de gastos para concluir a série
Em síntese, à medida que a série avançava e enfrentava a inevitável diminuição de sua popularidade, a emissora precisou controlar os custos para financiar o projeto como um todo. O resultado foi uma trama revisada na qual, ao invés de um vulcão, tivemos uma fonte de luz que representava o coração da ilha – onde o monstro de fumaça foi criado.

Eles transferiram a batalha entre Jack e o Homem de Preto para os penhascos de Oahu, que, devido às suas alturas imponentes e à ferocidade do mar, também proporcionavam um cenário ameaçador. Sem dúvida, teria sido intrigante ver o vulcão como o pano de fundo da luta final de Lost.
Entretanto, como o próprio elenco e produção reafirma hoje em dia, isso não era essencial. Afinal, Lost, em última análise, era mais sobre os passageiros do voo Oceanic 815 do que qualquer outra coisa. E a introdução de um vulcão poderia desviar o foco da revelação final da série.
A narrativa precisava ocupar o centro do palco para envolver a audiência nos momentos finais do episódio adequadamente intitulado “O Fim”.
Ali, na sequência terminal, enquanto Jack agoniza na ilha, ele se reúne com seus amigos e seu pai (interpretado por John Terry), para que possam cruzar o além-vida juntos, subvertendo completamente o lema informal da série, “Viver Juntos, Morrer Sozinho”.