Hannibal: O detalhe da vida real que mudou a série
Hannibal teve grande detalhe real que os fãs não sabiam
A série da NBC, Hannibal, se destacou por usar a construção visual do mundo para acentuar a sua história. Muitos espectadores podem não ter notado esses detalhes sutis. Entretanto, eles elevam o programa adicionando um nível extra de nuances e cuidados a série de forma geral.
O showrunner Brian Fuller inspirou-se nos romances góticos e psicológicos de Thomas Harris, ao invés de usar algo mais óbvio, como os filmes. Aliás, esse é o caso de “O Silêncio dos Inocentes”, “Dragão Vermelho” e “Hannibal“. O resultado disso foi um horror surreal em camadas, com uma beleza multissensorial e estilizada.
O personagem protagonista era bárbaro, um assassino canibal, mas exalava elegância. Isso foi mostrado de diversas formas. Pelo design de interiores da sua casa e escritório. Seus maneirismos, seu estilo pessoal e, não surpreendente, por sua culinária.
Embora fosse um psiquiatra, Hannibal, o canibal, carecia totalmente de empatia. Isso contrastava fortemente com Will Graham. Sua intensa empatia e imaginação vívida o tornaram um investigador eficaz, ao mesmo tempo foi algo que comprometeu a sua sanidade e o preparou para ser a vítima principal do predador.
Hannibal precisava de seu incrível detalhe de figurino
O que mais distinguia Hannibal visualmente era o figurino. No entanto, essas escolhas foram deliberadas. O figurinista da série, Christopher Hargadon, usou roupas para transmitir traços profundos de caráter e mudanças de enredo.
Pequenos detalhes são abundantes na série, como é o caso de Franklyn Froideveaux, um determinado paciente. Seu visual é espelhado na vestimenta do protagonista, mostrando como ele era obcecado pelo canibal. Frederick Chilton, o administrador geral do Hospital Estadual de Baltimore para Criminosos Insanos fez exatamente a mesma coisa.
Gradualmente, ele imita o protagonista. Mas os audaciosos planos de Chilton não estavam à altura. Seu mal gosto contrastava com o gosto impecável de Hannibal Lecter.
O charme de Hannibal nas roupas dos personagens
A maioria dos programas de televisão coloca fantasias em seus personagens. Tal feito, ocorre simplesmente escolhendo algo que pareça bom, sem se preocupar em usar um figurino que aprimore a narrativa. De fato, poderia ter sido feito com ternos comuns e “moda policial” como qualquer uma das centenas de dramas criminais processuais.
Contudo, eles teriam perdido uma componente-chave: o impacto visual do guarda-roupa dos personagens. Ver o protagonista da série em um terno barato não teria sido tão aterrorizante. Era uma aparência afiada, estruturada e controlada que falava com sua natureza metódica, mas artística.
Juntas, elas formaram um vilão profundamente perturbador. Cada personagem de Hannibal tinha um visual que os identificava claramente. Esse visual mudava sutilmente de acordo com o clima ou ambiente que o personagem se encontrava. Will Graham, no começo da série, vestia-se principalmente com tons terrosos, práticos e funcionais.
Embora, à medida que a história avançava, ele começa a trocar seus coletes de pesca e jaquetas amarrotadas por casacos e suéteres de lã sob medida. Em suma, ele acaba espelhando o protagonista conforme ele se tornava cada vez mais atraído por ele.
A aparência inicial de Will, desleixada e vestido com qualquer coisa, refletia sua batalha com seus demônios internos. Ele estava apavorado e enojado com a escuridão dentro dele. Quando ele aceitou e abraçou essa escuridão e Hannibal, suas roupas ficaram mais organizadas e polidas.
O guarda-roupa do protagonista
O guarda-roupa do protagonista era dominado por ternos estampados de três peças. Além de gravatas elaboradas, lenços de bolso, camisas texturizadas e calças justas. Suas roupas eram outra maneira dele controlar sua narrativa e como as pessoas o percebiam.
Sua própria psiquiatra, Bedelia du Maurier, referia-se à vestimenta do protagonista como seu “terno popular”. Ele mudaria isso deliberadamente para se encaixar. Um dos exemplos quando ele visita o FBI na 1° temporada, onde ele aparece vestido com um terno bege e um suéter.
As mulheres em Hannibal não são uma exceção à regra do figurino. Alana Bloom, uma ex-aluna, era capaz e confiante. Mas suas roupas também começaram a imitar os ternos do protagonista. Dessa forma, fez a transição dos vestidos femininos para blazers com linhas nítidas.
Freddie Lounds, uma jornalista cruel, usava uma variedade de estampas. Principalmente de animais predadores e perigosos. Em uma cena, ela aparece no escritório vestindo uma jaqueta que parece carne marmorizada. Esta era a “armadura” de Freddie Lounds.
No episódio Por trás das Costuras, vestido para matar: o figurino do protagonista, de Gavia Baker-Whitelaw, ela decodifica as escolhas de roupas em Hannibal. É mostrado como a vestimenta acentua muito a narrativa. O drama operístico sombrio da série precisava de uma dose de cor e cada figurino cuidadosamente escolhido fornecia isso. Ao mesmo tempo revelava detalhes sutis do personagem e do enredo.
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