Dexter: A mudança que salvou a série do fracasso
Uma grande mudança salvou Dexter do fracasso
A série de sucesso da Showtime, Dexter, se inspirou no premiado romance de Jeff Lindsay de 2004, Darkly Dreaming. Contudo, a série liderada por Michael C. Hall fez uma grande mudança que garantiu seu sucesso.
Ao longo de oito temporadas e um spin-off, a produção tornou seu protagonista simultaneamente repulsivo e inegavelmente sedutor. Dexter ainda usava um humor astuto para contar sua história de uma maneira geralmente cômica. Tal abordagem não teria sido possível sem uma grande mudança.
Como a 1ª temporada, Darkly Dreaming (o primeiro dos oitos romances de Dex) segue o analista de respingos de sangue enquanto ele leva uma vida dupla como funcionário da lei e assassino vigilante. Ao contrário das temporadas subsequentes, a 1ª realmente segue o enredo do romance.
Ambas as histórias foram em torno de um assassino do Caminhão de Gelo (referido no livro como o “Tamiami Slasher”) que acaba por ser o irmão de Dex, Brian. No entanto, embora a 1ª temporada seja, em muitos aspectos fiel ao livro, uma mudança significativa ajudou a garantir o sucesso da série Dexter.
Mudar o jeito do Dexter dos livros fez a série funcionar
Apesar de compartilhar tramas semelhantes, a maior e mais bem-sucedida mudança entre o livro e a série foi na personalidade de Dexter Morgan. No romance, ele é notavelmente frio e distante, exibindo muito mais tendências verdadeiramente psicopatas com suas vítimas e outras pessoas em sua vida.
Em contraste, a versão de Michael C. Hall do personagem muitas vezes parece genuinamente perplexo com as complexidades da emoção humana. Ao mesmo tempo, ele mostra fortes sentimentos por personagens como Deborah e seu antigo irmão. Isso o torna alguém muito mais atraente e identificável e é fundamental para o sucesso da série.
Embora o assassinato frio de Darkly Dreaming possa representar uma versão mais precisa do mal, é muito menos interessante. Obter empatia do espectador é um desafio fundamental para qualquer personagem principal. Ao fazer Dexter parecer mais humano, mesmo com sua propensão a violência, a Showtime tomou uma decisão radical, porém inspirada, que ajudou a sustentar a série.
Afinal, não importa o quão atraente seja o assunto, eventualmente qualquer coisa que gire em torno de uma figura sem compreensão da experiência humana torna-se difícil de se conectar.
A mudança no livro permite que a série desenvolva uma nova personalidade
As mudanças de personalidade de Dex iam contra ao material de origem, mas elas foram importantes para o personagem na série mais tarde. Isso foi particularmente importante nas temporadas posteriores. Por exemplo, uma das principais preocupações durante o arco Trinity Killer foi o quão diferente Dexter era do vilão John Lithgow.
Além disso, mostrou como sua ética – por mais distorcida que fosse – o ajudou a manter um relacionamento amoroso e começar uma família. Dex também questionou constantemente seu personagem e a natureza do seu Passageiro das Trevas, crescendo a cada experiência e interação.
O fato de o personagem continuar a se desenvolver fez dele um protagonista cativante, embora horrível. Também era importante que a série Dexter fizesse algumas mudanças para se destacar dos livros. Qualquer adaptação é repleta de riscos. Honrar o material original é uma preocupação fundamental. Ao mesmo tempo, copiar as coisas literalmente pode sair pela culatra.
Ao manter o enredo de Darkly Dreaming praticamente intacto, mas sutilmente ajustando a psique de seu personagem principal, a série habilmente conseguiu ter o melhor dos dois mundos.
Os dois Dexters podem ser diferentes, mas essas diferenças acabaram garantindo o sucesso da série. A produção original de Dexter está disponível no catálogo da HBO Max. Aproveite para maratonar um dos melhores programas de serial killer da televisão.
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