Cobra Kai tem personagem fundamental para história acontecer

Cobra Kai tem toda a tolice exagerada de Karatê Kid e outros filmes dos anos 80, mas consegue entregar uma boa história com os comentários autoconscientes de um personagem subestimado. Os filmes modernos dependem muito mais da lógica do que do cinema alegre da década de 1980.

O fato de Karatê Kid ter trazido de volta esses elementos peculiares, no entanto, é precisamente o que o torna nostálgico com tanto sucesso. Entretanto, Cobra Kai não funcionaria sem um personagem para chamar os eventos ridículos dos dojôs de karatê em guerra exatamente pelo que são: totalmente irrealistas.

A série trouxe de volta Daniel LaRusso e seu antigo rival do colégio, Johnny Lawrence, para lutar. Contudo, não no tatame, mas com seus próprios dojôs de karate. Isso se tornou ainda mais complicado quando velhos senseis como John Kreese e Terry Silver se envolveram na história.

A vontade de ambos de comprometer sua moralidade pelo bem do karatê infantil não diminuiu desde suas aparições nos filmes de Karatê Kid. Essa atitude levanta as mesmas questões clássicas. Como, por exemplo, por que ninguém chama a polícia, por que homens adultos estão atacando crianças e como todos estão aprendendo caratê tão rapidamente. Felizmente, Cobra Kai incluiu um personagem para resolver isso.

Esposa de Daniel chama a atenção em Cobra Kai 

Amanda LaRusso, interpretada por Courtney Henggeler, serve como dose de realidade em Cobra Kai. A maneira cômica com que ela chama o caos do karatê faz com que o tom de retrocesso exagerado da série funcione.

No momento em que Daniel viu que Johnny Lawrence havia aberto seu antigo dojô inimigo na 1ª temporada, o respeitado vendedor de carros foi sugado de volta ao drama no estilo dos anos 1980. Felizmente, sua esposa estava lá para apontar o quão tolo isso era.

Mas claro, isso não parou os eventos que aconteceram a seguir. Daniel e Johnny brigavam, o colégio ficou violento, e Amanda sempre estava lá apontando os absurdos disso tudo. Isso permitiu que a série fosse boba enquanto ainda era totalmente autoconsciente.

A personagem de Amanda faz o espectador perceber que a história do programa é ultrajante e faz pouco sentido. Como quebrar a quarta parede, isso atraiu os espectadores para a piada e garantiu que eles não levassem a premissa de Cobra Kai muito a sério.

É claro que, à medida que as coisas se tornaram mais extremas, o jeito casual de Amanda de rir do drama do marido se transformou em raiva. Isso deu à série um motivo para diminuir o tom novamente. Tudo fazia parte da ascensão e queda bem planejada em torno da subestimada Amanda LaRusso.

A série precisava ser ultrajante para ter sucesso

A série não precisaria de um personagem como Amanda LaRusso se tivesse escolhido suavizar elementos ridículos da franquia de Karatê Kid e trazer a história de Daniel e Johnny para o mundo real. Se fosse esse o caso, no entanto, é improvável que o programa tivesse se saído tão bem.

Para muitos, filmes como Karatê Kid representam uma época mais simples. O enredo focado no azarão foi inspirador, e a ação, independentemente de fazer sentido, é um elemento divertido. Os filmes de Karatê Kid tinham representações clássicas do bom contra o mal que dominaram a ficção por tanto tempo.

Assim, Cobra Kai trouxe isso de volta perfeitamente. A série ainda conseguiu fazer isso com seu próprio toque moderno. Ao colocar o velho bad boy, Johnny Lawrence, no centro das atenções da sequência, a série olhos para os conceitos de redenção.

Além disso, borrou as linhas em preto e branco entre o bem e o mal que costumavam ser norma do cinema nos anos 1980. Então, ao permitir que personagens como Amanda LaRusso estejam cientes de que os eventos ao seu redor não fazem sentido, o espectador moderno também pode aproveitar essa ousadia.

Isso fez de Cobra Kai uma ode à tolice de Karatê Kid, enquanto ainda mantém as coisas frescas e levemente fundamentadas.

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